A Universal Music, gravadora responsável por Adele no Brasil, apresentou um recurso contra a liminar concedida a Toninho Geraes, que acusa a cantora britânica de plagiar sua música Mulheres na canção Million Years Ago. A apelação, apresentada na segunda-feira (16), argumenta que as semelhanças entre as duas músicas são resultado do uso de um “clichê musical”, o que, segundo a defesa, não configura uma violação de direitos autorais.
O processo, que corre na Justiça do Rio de Janeiro, envolve uma disputa sobre a violação de direitos autorais e propriedade intelectual. De acordo com os advogados da gravadora, em declaração à coluna de Ancelmo Gois, do O Globo, as semelhanças entre as obras se devem, essencialmente, ao uso de uma progressão de acordes conhecida como “Círculo de Quintas”, um recurso musical comum em várias canções.
Eles argumentam que a concessão da liminar foi desproporcional e que a suspensão imediata de Million Years Ago causaria danos econômicos significativos e comprometeria a liberdade artística dos envolvidos. Além disso, a decisão prejudicaria os réus de forma injusta.
A música Mulheres foi composta por Toninho Geraes e tornou-se famosa na voz de Martinho da Vila. Junto ao processo, foram apresentadas evidências que sustentam a acusação de plágio, incluindo um vídeo em que a cantora Ju Vianna realiza uma sobreposição das duas canções, destacando as semelhanças.
Atualmente, a veiculação de Million Years Ago está proibida no Brasil, e a gravadora pode ser multada em R$ 50 mil por cada uso indevido da música. No entanto, a penalidade só será aplicada quando as plataformas de streaming forem formalmente notificadas da ação judicial.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Toninho Geraes explicou que seu objetivo era alcançar um acordo que reconhecesse sua coautoria na música. “Parece que nossos músicos e nossas obras estão à mercê de qualquer um, mas o Brasil é um país sério, e nossa Justiça também é. Acredito que a decisão da Justiça foi um primeiro passo”, afirmou o compositor.